Antropologia
Floresta Amazônica retém 30% do carbono da Terra
Está para acontecer uma reunião sobre o clima em Bali, uma ilha paradisíaca da Indonésia. A matéria abaixo trata de algumas controvérsias e de alguns dados. Diz que 30% do carbono existente na Terra está retido na Floresta Amazônica, o que significa que sua derrubada vai encher o mundo de CO2.
Essas informações são assustadoras. Em matérias relacionadas circulando na mída, fala-se de que, no atual ritmo de destruição da Floresta Amazônica, ela será destruída pela metada daqui a menos de 30 anos.
Toda essa assombração me lembra do tempo da ameaças de guerra atômica. A Europa e os EUA faziam simulações toda semana. As escolas praticavam proteção dos alunos em abrigos subterrâneos. No Brasil não tínhamos esconderijos, mas era assustador quando se pensava que só as baratas é que sobreviveriam. Isto aconteceu para quem hoje tem mais de 45 anos. O medo passou depois que os EUA ficaram praticamente potência única. O que é mais assustador ainda, só que não dói no corpo, só na cabeça.
Qual será a solução humana que virá por aí?
__________________________________
A floresta amazônica é uma reserva de cerca de 80 bilhões de toneladas de carbono - o que equivale a quase um terço do estoque mundial -, segundo um estudo publicado na última edição da revista científica Environmental Research Letters.
As florestas de todo o mundo, de acordo com o levantamento feito pela universidade americana de Wisconsin e das organizações Winrock International e Carbon Conservation, guardam 300 bilhões de toneladas de carbono.
No total das emissões globais de carbono, estima-se que a queima de florestas equivalha a cerca de 20%, e o Brasil, dependendo do estudo, flutua entre a segunda e a quarta posições entre os maiores contribuintes neste quesito. Do total de emissões de CO2 brasileiro, calcula-se que três quartos se devam ao desmatamento.
Ainda segundo o levantamento americano, o segundo país com maior estoque de carbono seria a República Democrática do Congo, com até 36 bilhões de toneladas de carbono, seguido da Indonésia, outro grande contribuinte para as emissões de CO2 provocadas por desmatamento, com até 25 bilhões de toneladas de carbono guardadas em suas florestas.
De acordo com especialistas, as florestas funcionam como grandes reservas de carbono, que é absorvido da atmosfera e é retido pela vegetação e, eventualmente, pela matéria orgânica que se acumula no solo. Com a destruição da floresta, seja por queimadas ou pelo corte da vegetação, esse estoque de carbono acaba liderado na atmosfera e a capacidade de novas absorções se extingue.
Uma das polêmicas em torno do debate sobre florestas e reservas de carbono é justamente como medir a quantidade de carbono que elas guardam. Para alguns especialistas, o entendimento científico sobre quanto carbono é retido pelas florestas ainda é baixo.
Para Holly Gibbs, que coordenou o estudo publicado na Environmental Research Letters e é também consultora de Papua Nova Guiné para questões climáticas, o trabalho desenvolvido por ela e por outros cientistas propõe uma nova metodologia de medição.
"A nossa intenção é mostrar que existem formas de se calcular cientificamente os estoques de carbono das florestas, ao contrário do que afirmam alguns detratores", disse Gibbs à BBC Brasil.
O debate tem sido especialmente relevante na conferência da ONU sobre mudanças climáticas que está ocorrendo em Bali, na Indonésia. No encontro, um grupo de 40 países, que forma a Coalizão das Florestas Tropicais (Tropical Rainforest Coalition), criada por Papua Nova Guiné, defende um mecanismo em que as reservas de carbono das florestas de um país possam ser transformadas em crédito e negociadas no mercado internacional.
Para que isso seja possível, é fundamental que exista uma forma confiável e amplamente aceita de medir as reservas de caborno, justamente o que o trabalho coordenado por Gibbs se propõe.
Um dos grandes problemas para a Coalizão das Florestas Tropicais é a posição do Brasil, que é contra a sua proposta. O Brasil defende uma alternativa baseada na criação de um fundo internacional que forneceria recursos aos países que consigam combater o desmatamento. Pela proposta brasileira, as metas e o controle sobre o desmatamento seriam de responsabilidade dos países quem detêm as florestas.
De acordo com Holly Gibbs, a expectativa da Coalizão das Florestas é de que o texto final do encontro em Bali tenha "palavras fortes" sobre o assunto. Mas ela admite que para isso o apoio brasileiro é fundamental. "A idéia precisa do Brasil, já que o país guarda quase um terço do carbono florestal do mundo."
Do lado brasileiro, porém, não há sinais de que os negociadores estão propensos a mudar de posição. (Estadão Online)
loading...
-
Ministro Minc Diz Que Faz E Acontece
Em recentes eventos acontecidos em Cuiabá, o ministro Carlos Minc, do MMA, fez declarações bombásticas de quem está possuído pelo espírito do fazedor. Minc não tem pejo de chamar a atenção para si do modo mais histriônico possível. Uma de...
-
Crédito De Carbono Parece Que Começa A Funcionar
Uma empresa norte-americana, com representação no Brasil, de tanto insistir conseguiu com que a atual direção da Funai assinasse um termo de compromisso pelo qual os índios Tembé, que vivem na Terra Indígena Alto Guamá, no noroeste do estado do...
-
Jobim Diz Que Amazônia Não é Jardim Para Deleite Dos Europeus
O ministro da Defesa Nelson Jobim esteve em Washington esses dias para apresentar ao futuro novo governo americano de Barack Obama a nova visão de defesa que o Brasil está preparando. Jobim falou grosso e com convicção. Não se sabe qual o efeito...
-
Brasil Desmata Quatro Vezes Mais!!
Um dos temas abordados na entrevista que dei à revista Carta Capital, postada logo abaixo, é o modo como o desmatamento da Amazônia está comprometendo a imagem do Brasil mundo afora. Nós estamos virando responsáveis pelo aquecimento global! A matéria...
-
Cientista Diz Que Bali Não Vai Dar Certo
Lembrando que está havendo uma grande reunião de diplomatas, cientistas e ambientalistas na cidade de Bali, Indonésia, trago a matéria abaixo sobre essa reunião. A fala que chama a atenção da matéria foi dita por um cientista americano, William...
Antropologia