Antropologia
Enawenê-Nawê conseguem novos estudos no Juruena
Os índios Enawenê-Nawê, de quem já falamos diversas vezes nesse Blog como um povo destemido e determinado a continuar a viver suas vidas como sempre viveram, isto é, dependendo do peixe como sua única fonte de proteína animal, tanto fizeram que conseguiram uma importante audiência em Brasília para pressionar por mudanças nos planos da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), de conceder licença para a construção de um sem-número de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) no rio Juruena.
Há interesse econômico grosso nessas PCHs, inclusive do governador Blairo Maggi.
A reunião aconteceu na quarta-feira à tarde e teve a participação da FUNAI, da Aneel, do governo do Mato Grosso e de 84 representantes do Enawenê-Nawê, bem como alguns Kamayurá do Alto Xingu.
O resultado é que a EPE ficou de realizar novos estudos na região para confirmar ou não as suspeitas de que a construção de tantas PCHs cortando o rio Juruena.
Não dá para dizer desse Blog se tudo foi encenação ou é coisa séria. Que estudo seria esse? As construções foram suspensas? Sobre isso, o secretário de assuntos indígenas do Mato Grosso, que virou porta-voz da questão indígena do estado, suplantando a FUNAI, disse que ninguém é capaz de suspender essas construções.
Ora essa, então servem para quê esses novos estudos?
Os índios acreditam piamente que o fluxo e refluxo de peixes ao longo do rio Juruena ficará prejudicado com tantas PCHs. Querem o fim da construção dessas centrais hidrelétricas. Aliás, destruíram um acampamento de construção há três semanas por conta disso. Deram um prejuízo de mais de 1 milhão de reais com a destruição de caminhões, barracos, casas, matérias de escritório, etc. Ameaçam fazer tudo de novo em outro acampamento.
Assim, alguma negociação tem que ocorrer. E não será sobre compensação financeira. Os demais povos indígenas que também serão atingido de algum modo, como os Rikbatsa, Cintas-Largas e Nambiquara já se contentaram com a compensação que lhes foi oferecida de 6 milhões de reais. Os Enawenê-Nawê, não.
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