Xingu na Scientific American
Antropologia

Xingu na Scientific American


Vale a pena conferir a edição especial da revista "Scientific American" (Brasil), intitulada "Patrimônio Cultural do Xingu: o começo do fim?". A revista aborda, sob diferentes perspectivas e cenários, a situação atual dos povos indígenas que vivem no Parque, reconhecido pela Unesco como um dos mais complexos e interessantes mosaicos linguísticos e culturais do mundo. Criado em 1961 pelo presidente Jânio Quadros, o Parque representa a primeira reserva indígena homologada pelo governo federal. Enquanto empreendimento humano e intelectual, a criação da área é reflexo do trabalho incessante e obstinado dos irmãos Villas Bôas pela preservação dos povos indígenas do centro-oeste, diante do avanço iminente da frente desenvolvimentista. Atualmente, a região abriga mais de cinco mil índios, provenientes de quatorze etnias diferentes, pertencentes as quatro grandes famílias linguísticas do Brasil.

A revista traz várias reportagens sobre o Parque, abordando o risco associado ao avanço de um processo de "povoamento" que teve início na década de 1940, no Estado Novo de Getúlio Vargas. Com o início da chamada "Marcha para o Oeste", levas de migrantes provenientes do sul do país foram incentivados a se deslocar para a região do entorno da área da reserva, hoje completamente ocupada por um arco de destruição ambiental, marcado pela agropecuária e pela agricultura (soja). O avanço desse arco e os seus efeitos na vida dos índios da região é denominado pelo jornalista Ulisses Capozzoli como "O Aperto da Sucuri", em alusão a situação em que se encontra atualmente a região, completamente cercada pelo avanço da agropecuária e da agricultura..

Outras reportagens abordam, entre outros assuntos: o posicionamento dos índios em relação à construção da Usina Hidroelétrica Belo Monte, no Pará; a relação dos irmãos Villas Bôas com o Parque e sua história; os problemas ocasionados pelo avanço do agronegócio; entrevistas com lideranças indígenas;  e um excelente artigo de Célio Bergmann, especialista em Sistema Energéticos, livre-docente do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, sobre os aspectos técnicos da hidroelétrica Belo Monte.

A edição representa uma grande contribuição para o esclarecimento de diversas questões associadas ao polêmico debate em torno da construção de Belo Monte e outras hidroelétricas na Amazônia, além de trazer informações interessantes sobre a situação do Parque Indígena do Xingu e seus habitantes.



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