Usina Jirau, no rio Madeira, é leiloado com sucesso. Ongs se reunem em Altamira para protestar contra Usina Belo Monte
Antropologia

Usina Jirau, no rio Madeira, é leiloado com sucesso. Ongs se reunem em Altamira para protestar contra Usina Belo Monte



Enquanto Ongs anti-barrageiras, o CIMI, o movimento indígena urbanizado e diversos povos indígenas se encontram em Altamira para protestar contra os planos do governo de retomar o projeto da Usina Belo Monte, a Aneel leiloou a segunda hidrelétrica no rio Madeira, aquela que se chamará UHE Jirau.

O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, considerou o leilão um sucesso. O preço por MWh ficou em R$71,40, um deságio de 21% sobre o preço-teto de R$ 91/MWh. Ganhou o Consórcio Suez/Camargo Correa, o mesmo que está construindo, sob protestos, a UHE Estreito, no rio Tocantins.

Parece que um grupo está driblando o outro. As Ongs desistiram de protestar contra as usinas no rio Madeira e se concentram no rio Xingu. Querem re-editar o evento que terminou empatando a construção da Usina Kararaô, e que ocorreu em Altamira, em fevereiro de 1989, e que concentrou mais de 2.000 pessoas, entre índios, ambientalistas e jornalistas, especialmente estrangeiros. Porém, o projeto da Usina Belo Monte hoje é totalmente diferente do original, que implicava a inundação de uma área imensa. Porém, mesmo com pequena área de inundação, os ambientalistas e os povos indígenas desconfiam que essa hidrelétrica eventualmente vai exigir a construção de uma outra mais a montante para servir de barragem de contenção para manter um certo nível de pressão de água, que não acontece naturalmente devido às grandes diferenças de volume de água do rio Xingu entre os meses de chuva e os meses de estio. Por sua vez, os técnicos, engenheiros barragistas e políticos juram de pés juntos que isso não acontecerá.

Quando eu era presidente da Funai, ao ser confrontado com as evidências da decisão do governo de construir essa hidrelétrica, disse para diversas pessoas que tratavam desse assunto que acharia razoável a construção da Usina Belo Monte se o presidente da República e o Congresso Nacional se manifestassem por decretos que esta seria a única hidrelétrica no rio Xingu. Essa manifestação ainda não ocorreu.

Veja o mapa das hidrelétricas planejadas para os próximos anos, segundo o Estado de São Paulo.


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Consórcio Suez/Camargo vence o leilão da usina de Jirau

Consórcio se propôs a construir usina cobrando R$ 71,40 MWh, deságio de 21,6% sobre preço-teto da licitação

SÃO PAULO - O consórcio Energia Sustentável do Brasil (Suez/Camargo) venceu nesta segunda-feira, 19, o leilão da hidrelétrica de Jirau, do Rio Madeira, em Rondônia. Formado pelas empresas Suez Energy (50,1%), Camargo Corrêa (9,9%), Eletrosul e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco-Chesf, com 20% cada, o consórcio se propôs a construir a usina cobrando R$ 71,40 MWh, um deságio de 21,6% sobre o preço-teto de R$ 91/MWh da licitação. É o menor preço oferecido.

O leilão se encerrou com cerca de 7 minutos de duração. Não foi necessária a realização da segunda fase do leilão, já que a diferença entre a oferta vencedora e a segunda foi de mais de 5%.

Do consórcio Jirau participou ainda o consórcio Jirau Energia, formado pela Odebrecht Investimentos em Infra-Estrutura (17,6%), Construtora Norberto Odebrecht (1%), Andrade Gutierrez (12,4%), Centrais Elétricas de Minas Gerais (Cemig) (10%), Furnas Centrais Elétricas (39%) e Fundo de Investimentos Amazônia Energia II, formado pelos bancos Banif e Santander (20%).

O ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, comemorou o resultado do leilão da hidrelétrica de Jirau. "Não poderia ter sido melhor", disse sobre o preço conseguido. "Isso é um indicativo de que cada vez mais obteremos resultados melhores", afirmou o ministro.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, também comemorou e disse que o leilão superou as expectativas. "O preço foi ótimo, sucesso total", afirmou. Ele ressaltou a importância de o grupo vencedor de Jirau ter sido diferente do consórcio que venceu o leilão da hidrelétrica de Santo Antônio. "Essa alternância é importante para o País, mostra que mais um grupo forte construirá uma usina no Brasil e que existe competição." Segundo Tolmasquim, a presença da multinacional francesa Suez no consórcio deve atrair mais investimentos internacionais para o setor de energia.

O presidente da EPE disse ainda que o leilão de Belo Monte, ainda sem data prevista, será mais concorrido, pois as empresas terão mais tempo para se preparar para a disputa. Ele acompanhou o leilão de Jirau nas dependência da Aneel em uma sala, juntamente com o ministro Lobão e diretores da agência.

Capacidade

O leilão da Hidrelétrica de Jirau abre definitivamente a fronteira amazônica para a construção de grandes empreendimentos energéticos na região. Com a conclusão da licitação das duas usinas do Complexo do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau), que somam 6.450 MW de potência instalada, em Rondônia, o governo parte agora para uma série de projetos nas bacias do Amazonas, Tocantins, Araguaia e Teles Pires.

A capacidade instalada da Usina de Jirau é de 3.300 megawatts. A previsão de início da operações é em 2.013. A estimativa da Empresa de Pesquisa Energética é de que obras demandem um investimento total de R$ 8,7 bilhões. Somente o leilão envolve gastos aproximados de R$ 1 milhão.



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