Terra Indígena Yvy Porã em evidência negativa
Antropologia

Terra Indígena Yvy Porã em evidência negativa


É preciso prestar atenção aos jornais de Mato Grosso do Sul. Às vezes, eles parecem bem liberais e defensores das questões indígenas. Mas, na minha opinião, é só disfarce. O que eles querem é promover o mal estar da população em relação aos nossos índios.

Esta matéria, vinda do Correio do Povo, de Campo Grande, trata de um roubo de gado na região da Terra Indígena Yvy Porã, no município de Japorã, fronteira com o Paraguai. Admitindo que há roubo de gado nessa fronteira, a matéria desfavorece os índios que vivem na região ao implicá-los sem nenhuma prova.

A matéria também não relata corretamente a situação da terra indígena. Esta terra foi demarcada e está em processo de finalização para ser levada ao Ministério da Justiça para ser homologada. Só que os fazendeiros entraram com ação contrária à demarcação e ela ficou suspensa oficialmente. É mais uma dessas situações em que a Justiça se interpõe e deixa tudo no meio do caminho.

A irresponsabilidade do judiciário é flagrante nesses casos. Deixa o tempo correr, muita gente sofre ainda mais, e, no final, ele decide, quase sempre a favor dos índios, sem dúvida, mas a muito custo. Veja o caso recente da Terra Indígena Sucuruji, onde a terra indígena já estava demarcada e homologada, mas só agora, depois de quase uma década, uma decisão judicial permitiu os índios tomarem posse efetiva da terra. Quanto não se sofreu nesse meio tempo!!

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Indígenas acusados de abate de bovinos de fazendeiros

Edílson José Alves, Ponta Porã

Um grupo de indígena é acusado de abater bovinos na região de fronteira do Brasil com o Paraguai. Os animais estariam sendo abatidos na região conhecida como Yvy Katu, na divisa de Iguatemi com Japorã, no extremo sul do Estado. Um casal foi detido pelos próprios fazendeiros e entregue para a Polícia Militar.

De acordo com informações policiais, indígenas guaranis e caiuás que ocupam parte da Fazenda São Jorge, que está em litígio, sendo disputada por índios e fazendeiros, estão abatendo reses nos pastos e causando prejuízos para os pecuaristas. No último final de semana um grupo teria sido flagrado abatendo gado e um casal acabou sendo detido por funcionários da fazenda e encaminhado para a polícia.

Conforme a polícia, Augusto Velasques, de 40 anos, e Tomázia Nunes, de 39 anos, moradores da Aldeia Porto Lindo, que fica nas imediações da fazenda, são acusados de integrar um grupo que no último domingo abateu uma cabeça de gado e feriu uma outra. O caso foi denunciado por funcionários para a Polícia Militar, que posteriormente repassou as investigações para a Polícia Civil.

Nas proximidades onde o animal foi abatido foram apreendidos uma foice e um facão, ferramentas que teriam sido utilizadas e deixadas no local pelos indígenas. O crime agora está sendo investigado pela Polícia Civil de Iguatemi.

Impasse

A região onde surgiu a denúncia de abate de gado é uma região de conflito entre índios e fazendeiros desde dezembro de 2003, quando 14 fazendas foram ocupadas pelos guaranis e caiuás, sob a alegação de que estudos antropológicos realizados pela Funai, comprovam que nesta área viveram os ancestrais dessas duas etnias. Depois de muita negociação entre índios e fazendeiros, a Procuradoria da República e a Justiça Federal, os indígenas ganharam o direito de permanecer em três pequenas áreas delimitadas em três fazendas até que o mérito do processo seja julgado, o que não aconteceu até agora.

Em janeiro de 2004, o advogado José Ipojucan Ferreira, que à época defendia o proprietário da Fazenda São Jorge, disse ao Correio do Estado, que havia informações de que caminhões com gado estavam sendo retirados da propriedade rural e levados para o lado paraguaio da fronteira. Pelo menos oito caminhões carregados teriam saído do local, causando prejuízos significativos para o cliente de Ferreira.



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