Ontologia Histórica & Anarco-racionalismo - Ian Hacking
Antropologia

Ontologia Histórica & Anarco-racionalismo - Ian Hacking


"Será isso afinal algum tipo de epistemologia? Certamente não é epistemologia naquele sentido maculado que Richard Rorty atribui a essa palavra em Philosophy and the Mirror of Nature (1979) [A Filosofia e o Espelho da Natureza], seu famoso repto à filosofia analítica americana como um todo. Ele interpretou a epistemologia como sendo não a teoria do conhecimento, mas uma busca dos fundamentos do conhecimento. Daston e suas colegas não estão procurando por fundamentos. Na verdade, a própria noção de que o conhecimento tem fundamento - ou melhor, grupos sucessivos de noções como essas - poderia ser um tópico para o epistemologista histórico. (...) Daston e suas colegas não fazem epistemologia. Elas não propõem, não defendem, nem refutam teorias do conhecimento. Elas estudam conceitos epistemológicos como objetos que evoluem e sofrem mutação. Um nome mais verdadeiro para o que fazem seria 'metaepistemologia histórica'. (...) Minha ontologia histórica diz respeito a objetos, ou a seus efeitos, que não existem em qualquer forma reconhecível até que sejam objetos de estudos científicos".  

"1) Existem diferentes estilos de raciocínio. Muitos deles são discerníveis em nossa própria história. Eles surgem em pontos definidos e têm diferentes trajetórias de maturação. Alguns se extinguem, outros continuam a se fortalecer; 2) Proposições do tipo que necessariamente requerem raciocínio para serem substanciada têm positividade, são verdadeiras-ou-falsas, apenas em consequência dos estilos de raciocínio nos quais ocorrem; 3) Daí que muitas categorias de possibilidades do que pode ser verdadeiro ou falso dependem de eventos históricos, a saber, do desenvolvimento de certos estilos de raciocínio; 4) Pode-se então inferir que existem outras categorias de possibilidades além das que emergiram em nossa tradição; 5) Não podemos raciocinar para determinar se sistemas alternativos de raciocínio são melhores ou piores do que o nosso, porque as proposições sobre as quais raciocinamos obtêm seu sentido apenas do método de raciocínio empregado. As proposições não têm uma existência independente do modo de raciocinar para chegar a elas".

Ontologia Histórica - Ian Hacking        



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