Imperialismo “velado” do século XXI
Antropologia

Imperialismo “velado” do século XXI


Neste ensaio sociológico pretendo demonstrar como o “imperialismo” pode ocorrer sem que o próprio “colonizado” perceba. Essa dominação dos países do eixo euro – americano não se dá como em outrora, em que essa dominação era de forma direta e indiscutivelmente ocorrida. A dominação em que vou tratar, talvez se deva ao período em que me referi. Durante o período do Brasil colonial, entre o século XV ao século XII; seja o momento em que essa semente da dominação foi plantada. Porém essa dominação ocorre com outros países rotulados como subdesenvolvidos; rotulado por esse eixo (euro- americano) e reproduzido pelos próprios países.



O pioneirismo dos países ibéricos em busca de terras ultramar trouxe uma hegemonia econômica entre os países da Europa, Espanha e Portugal com a “conquista” da América, passaram a ser potencias europeias. No século XIX e XX como o novo colonialismo, diversos países em busca de hegemonia e expansão territorial, passaram a colonizar países da África da Ásia.

Com esses dois exemplos fica evidente que sempre houve uma busca por hegemonia por parte dos estados europeus. Ao longo da história sempre houve uma potência que se sobressaia em relação, seja uma dominação econômica ou militar. Porém nunca havia ocorrido uma dominação de forma tão hegemônica como a da europeia e posteriormente a dominação americana.


Talvez realmente haja ou houve esse pensamento de superioridade dos povos europeus em relação aos outros povos e nações. Esse sentimento ocorra quem saiba por culpa de um egocentrismo, em que achem que os países do terceiro - mundo ou subdesenvolvidos precisem chegar ao desenvolvimento. Porém eles não levam em consideração qual seja o conceito de desenvolvimento em outros lugares. Acabar com os recursos de um continente inteiro e depois devastar parte de outro continente, isso é desenvolvimento? –sem citar as atrocidades em que ocorreram nos períodos coloniais, tanto na América do sul quanto no continente africano.
A busca por colônias nesse período, talvez tenha sido acionada em vigor da acumulação e expansão do capitalismo, que se instalou no continente Europeu pós Revolução Industrial. Esses países estavam mergulhados nesse desenvolvimento desenfreado; com o discurso de trazer para esses países a cientificidade e o desenvolvimento pleno para as suas colônias.


Discurso esse que era uma completa falácia, assim como ocorreu no período de exploração dos países da América. Os países da Ásia e África não contestavam de forma plena o domínio feito pelo seu colonizador; muitas vezes o colonizado acaba de certa forma reproduzindo esse discurso. –Poderia fazer uma analogia à síndrome de Estocolmo.


No século XXI, como se sabe não existe mais impérios, não da forma como foi caracterizado no colonialismo e no novo- colonialismo. Porém os países do eixo euroamericano, mantém uma hegemonia em relação aos demais, hegemonia militar e economicamente, o velho continente nem tanto mais, porém ainda possui grandes influencias. Vários são os segmentos ou esfera em que seria possível citar a influência dos Estados Unidos em outros países, exemplos que percorrem as alianças políticas, o discurso cientifico, economia; passando pela indústria do entretenimento e por fim uma influência cultural.


A relação entre os países hegemônicos e os países tido como do terceiro mundo se dá de forma vertical, a exploração econômica e de recursos é grande como em pleno período imperialista. Essa forma de imperialismo de certa forma, pode chegar a ser pior, pois não se demonstra de forma direta e visível. Anacronicamente o discurso dos Estados Unidos é o mesmo dos países europeus usado no imperialismo; vendem a ideia de trazer melhorias e avanços para esses lugares.


Os povos desses países de forma inconsciente adotam repetem esse discurso, renegando as suas origens e o que seu próprio povo produziu de cultura, ciência, tecnologia e etc.


Frantz Fanon na luta de libertação da Argélia, dizia que para o povo buscar a emancipação de fato era necessário o enfrentamento direto, a violência era o único e eficaz modo de conseguir a descolonização. No caso atual dos povos e países “periféricos “é possível fazer uma analogia ao texto do Fanon. Porém e felizmente não seria uma violência propriamente dita, essa libertação seria feita, por medidas políticas, econômicas e cientifica. Medida não apenas do estado mas em conjunto com a população desses lugares.


No futuro ao invés de um pensamento cientifico, que não foi produzido no eixo Europa e Estados Unidos; quem saiba seja encarado apenas com um discurso científico, não como o discurso cientifico de um determinado local.


Talvez possa parecer uma afirmação bairrista ou ufanista. Em alguns aspectos o povo brasileiro, na verdade o povo sul- americano como um todo, caminha a frente aos demais países periféricos. Economicamente passamos a ter alianças mais horizontais. Começou a ter e importação e exportação com países como a China e outros países emergentes como os do bloco BRICS em que o próprio Brasil faz parte. Houve o surgimento de alianças com os países vizinhos da América do sul, acarretando um fortalecimento do bloco econômico do Mercosul.


Culturalmente e em relação as multinacionais implanta nos pais tenha um caminho ser percorrido. Talvez o povo brasileiro passe a enxergar com mais nitidez o que de fato é produzido aqui, sem que haja um pré - julgamento. 


Isso por fim pode ser uma utopia, porém, acho que no fundo todos temos um pouco de utópico. Ao invés de abastecer e ser explorado por países que em outrora chegou a financiar uma ditadura em nosso território, quem sabe em algum momento podemos ser livres por completo e quem saiba a pergunta de Darcy Ribeiro seja concretizada.





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