Entrevista do cacique Aurivan, o Neguinho
Antropologia

Entrevista do cacique Aurivan, o Neguinho


Nessa entrevista ao jornal bahiano A Tarde, Neguinho diz que não foi uma derrota a retirada dos protestantes da transposição do rio São Francisco (matéria logo abaixo).

Fala também que continuará a lutar pela demarcação das terras dos Truká, que vão de Orocó a Belém do São Francisco e diz que o processo está parado na Funai há dois anos. Ora, não existe tal processo, foi uma invenção em cima da hora para ver se colava como justificativa para os protestos. Agora criou mais um tema retórico para protestar e Neguinho vai certamente levá-lo à Comissão Nacional de Política Indigenista como um fato consumado.

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A luta por nossa terra continuará

Cacique Neguinho Líder indígena

Líder dos trukás, o cacique Aurivan dos Santos Barros, o Neguinho, de 37 anos, se impõe como liderança forte há dois anos, entre as 25 aldeias que compõem a tribo de 4,2 mil índios que vivem na Ilha de Assunção, em Cabrobó, Estado de Pernambuco. Ele foi quem recebeu a intimação e o prazo de meia hora (não cumprido) para deixar o local.

A TARDE | A saída dos índios é uma derrota na luta contra a transposição e pela demarcação das terras indígenas?

CACIQUE NEGUINHO | Pelo contrário, isso só mostra a força da nação Truká e a nossa disposição de continuar lutando pelo que é de nosso direito. A transposição é apenas uma parte da luta pelas nossas terras, que vai continuar.

AT | Mas como reagir a uma situação dessas, de força militar e rolo compressor para tocar a obra da transposição?

CN | Com mobilizações constantes. Enquanto a gente luta aqui, vamos continuar lutando na Justiça para reaver nossas terras e os nossos direitos. Nossos e de nossos irmãos indígenas.

AT| E o que significa essa luta por novas terras? A ilha (Ilha de Assunção, de 8,4 mil hectares onde vivem 4,2 mil índios) já não já não é uma conquista suficiente?

CN | Toda aregião que vai de Orocó até Belém de São Francisco (municípios pernambucanos ribeirinhos do Rio São Francisco), faz parte das terras dos trukás. E é isso que estamos reivindicando há dois anos em um processo que se encontra parado na Funai. A ilha, hoje, já não comporta mais índios, e nós precisamos de terra para plantar. O problema é que essas terras (a Fazenda Tucutu, onde será aberto o canal do Eixo Norte da transposição) também eram terras nossas, que agora precisamos. E temos um problema: as futuras gerações dos índios estão ficando sem terras para sua habitação.



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