Devir-Lembrança: devaneio
Antropologia

Devir-Lembrança: devaneio


É bom sentar na praia, ouvir os pássaros, o movimento das cachoeiras, sentir a brisa do ar, acompanhar o brilho da luz solar e seu efeito na composição de um mundo de cores e tonalidades. Depois, na volta para casa, sentar para ouvir histórias e  treinar a sensibilidade. Silenciar o pensamento por alguns instantes, deixar-se conduzir pelas intensidades: movimentos, sons dispersos (será preciso segui-los para encontrar o sentido?)

Vivenciar um devir-planta na degustação de um vinho. Imaginar como é a vida nos campos e vinhedos, envolver-se totalmente em uma lembrança enigmática de um avô que um dia ensinou os netos a lidar com as plantas e, principalmente, com as uvas, esses seres selvagens de personalidade instável.

Escutar uma sinfonia e viver o ritmo e a harmonia dos sons e dos contra-sons. [Lembrei de uma frase e achei estranho o fato dela soar como um ritornelo, genuíno mas sempre diferente].

Os bons prazeres da vida são modestos, mínimos em forma e enésimos em potência e vitalidade.

A felicidade é a duração de uma infinidade no breve período de um devaneio.

[É tão bom escrever sabendo que as palavras se perdem como os amantes diante de um nascer do sol deslumbrante, sem se preocupar em capitalizar a escrita e o pensamento como os empresários capitalizam os músculos e tendões dos trabalhadores. Escrevo por necessidade, da mesma forma que me alimento quando estou com fome...].    



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- Poética - Manuel Bandeira
"Estou farto do lirismo comedido Do lirismo bem comportado Do lirismo funcionário público com livro de ponto expe diente protocolo e manifestações de apreço ao senhor                        ...

- Vida E Materialismo Histórico Em Marx E Engels
"Com relação aos alemães, que não dispõem de quaisquer premissas, devemos lembrar a existência de uma primeira premissa de toda a existência humana e, portanto, de toda a História, ou seja, a premissa de que os homens têm de estar em condições...

- Linguagem - M. Foucault
"Essa nova disposição implica o aparecimento de um novo problema até então desconhecido: com efeito, perguntava-se como reconhecer que um signo designasse realmente aquilo que ele significava; a partir do século XVII, perguntar-se-á como um signo...

- A Ciência Régia E A Casa Do Imperador
"Não somente a utilidade e o prazer, mas também toda espécie de instinto, tomaram parte na luta pela 'verdade'; o embate intelectual se tornou uma ocupação, um fascínio, uma vocação, uma dignidade: - o conhecimento e a aspiração ao verdadeiro...

- Devir Em Deleuze E Guattari - Mil Platôs
"Devir é, a partir das formas que se tem, do sujeito que se é, dos órgãos que se possui ou das funções que se preenche, extrair partículas, entre as quais instauramos relações de movimento e repouso, de velocidade e lentidão, as mais próximas daquilo...



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