Antropologia
"A Política Energética do nosso país é uma caixa preta" - Entrevista com Célio Bergman
"A política energética do nosso país é uma 'caixa-preta' e é mantida dessa forma por uma série de razões. Primeiro, porque a baixa escolaridade da população brasileira não permite, por exemplo, que o leitor da Época entenda o que é terawatts-hora. Mas seria interesse que a população toda tivesse conhecimento e pudesse, com informação, começar a definir junto com empresas e governo os rumos que são mais adequados. Acho que a academia tem um papel fundamental nesse processo.(...) A governabilidade foi encontrada a partir de uma aliança que mantém o círculo de interesses que sempre estiveram em nosso país. (...) Pois então, naquela época, em 2003, era ele o diretor da Eletronorte que a Dilma tinha ficado feliz por ter conseguido afastar. Por isso que eu falo que não é o governo Lula, é o governo Lula/Sarney. Constituiu-se uma amálgama entre os interesses históricos do superfaturamento de obras, sempre falado, nunca evidenciado. Não se trata de construir uma usina para produzir energia elétrica. Uma vez construída, alguém vai precisar produzir energia elétrica, mas não é para isso que Belo Monte está sendo construída. O que está em jogo é a utilização do dinheiro público e especialmente o espaço de cinco, seis anos em que o empreendimento será construído. É neste momento que se fatura. É na construção o momento que o dinheiro corre solto. É quando prefeitos, vereadores e governadores são comprados e essa situação é mantida. Estou sendo muito claro ao expor o que é uma usina como Belo Monte" - Entrevista com Célio Bergman, Revista Época.
O trecho acima foi retirado de uma entrevista com Célio Bergman, ex-acessor de Dilma no Ministério de Minas e Energia durante o governo Lula (2003-04), publicada recentemente na revista Época. Repare que ele faz uso da noção de "caixa-preta" para se referir ao setor energético brasileiro, comandado por Sarney e seus correligionários, com consentimento, inicialmente, de Lula, e atualmente, de Dilma. É essa rede que lucra com obras como Belo Monte, superfaturando os custos e desviando verbas públicas. Não se trata, portanto, de se prevenir contra um possível apagão, mas em lucrar em cima de uma necessidade do povo brasileiro, mesmo que para isso seja necessário devastar o meio ambiente e desalojar milhares de famílias ribeirinhas e indígenas.
Acesse a entrevista na íntegra no link abaixo:
http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2011/10/belo-monte-nosso-dinheiro-e-o-bigode-do-sarney.html
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