Antropologia
Um quinto de jovens Tikuna são considerados usuários de cocaína
A coisa está braba na questão indígena brasileira!! Não sei quanto tempo mais vai durar essa irresponsabilidade e desleixo!
Desta vez é a constatação, feita pelo administrador da AER de Tabatinga, Davi Felix Cecílio, índio Tikuna, de que um quinto dos jovens Tikuna da aldeia Umariaçu, cheira cocaína e está viciado nessa droga.
Umariaçu é uma das maiores aldeias Tikuna. Fica na beira do rio Solimões, ao lado da cidade de Tabatinga, que faz fronteira com Letícia, cidade da Colômbia, a pátria da pasta de cocaína.
Mas não é só por causa da fronteira que os jovens índios são acusados de serem usados como "mulas" pelos traficantes colombianos. Segundo Davi Felix, praticamente todas as aldeias sob sua jurisdição têm alguma forma de uso e tráfico de drogas. E vejam que algumas aldeias da AER de Tabatinga estão a mais de 300 km de Tabatinga.
Por sua vez, o coordenador da Funasa da região diz desconhecer a presença de cocaína nas aldeias. Ou ele vive no mundo das nuvens ou está fugindo de um assunto que é fundamentalmente de sua alçada. Diz o coordenador Plínio Souza da Cruz: "Até o momento, oficialmente, nós não temos conhecimento nenhum. Para mim causa até surpresa. No meu entendimento, não existe isso. A gente sabe que aqui é um corredor de passagem [da droga]. Mas não posso afirmar que nas aldeias todas há consumo de drogas. Eu nunca vi, nem ouvi falar. Até mim não chegou nenhuma informação dessa."
Já em Brasília, o problema é dado como real e inquestionável, e a questão que parece interessar à direção da Funai é o problema da punição aos índios. Segundo o diretor de assistência, Aloísio Guapindaia, "os índios da região de Tabatinga que trabalharam a serviço do tráfico podem responder a processo ou ser penalizados por seus atos, mas desde que seja dado a eles um tratamento diferenciado garantido por lei. Eles não podem ficar em celas comuns, pois sofrem processo de assédio, agressões e intimidações de outros presos por preconceito. A Funai sempre pede que a custódia do índio fique a cargo dela e não da polícia."
Pelo amor de Deus, não é a cadeia a primeira coisa a ser pensada!! Pelo menos o Davi Felix Cecílio clamava por alguma ajuda aos jovens!
A repercussão desse fato triste e dramático e das péssimas respostas dadas pela Funai e pela Funasa estão em muitos jornais brasileiros, e até em jornais portugueses. Todas as três matérias sobre esse assunto nasceram do trabalho da Agência Brasil, mas a reportagem abaixo foi difundida pelo Globo Online.
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Funai: cocaína chegou a aldeias indígenas de Tabatinga
Agência Brasil
TABATINGA (AM) - O administrador regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Tabatinga, Davi Félix Cecílio, afirmou nesta segunda-feira que a cocaína está presente em praticamente todas as 230 comunidades indígenas sob sua jurisdição, que corresponde a um total de 54 mil índios.
Em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil, ele admitiu que em determinadas comunidades, como Umariaçu, um em cada cinco jovens indígenas está viciado em cocaína, e que os traficantes estão usando os índios como "mulas" para o transporte da droga.
O governo tem que criar mecanismos para a população indígena, senão eles vão se envolver nas drogas. O administrador da Funai afirmou já ter procurado a Polícia Federal para coibir o tráfico em Umariaçu. Segundo ele, A PF realizou uma rápida operação sem resultados efetivos.
Cecílio disse ainda que a Funai não tem tem conseguido combater esse tipo de problema, pois não tem competência legal para combater esse tipo de crime.
- O governo brasileiro, por meio da Funai, tem que criar mecanismos para a população indígena, senão eles vão se envolver nas drogas. Tem que oferecer alternativas como cursos profissionalizantes - disse o administrador da Funai.
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