II REA - XI Reunião de Antropólogos do N-Ne
Antropologia

II REA - XI Reunião de Antropólogos do N-Ne


Grupos de Trabalho aprovados

1. Educação Escolar e Povos Indígenas

Coordenadores: Elizabeth Maria B. Coelho ([email protected]) UFMA Odair Giraldin ([email protected]) – UFT

Este GT discutirá o processo de implantação da educação escolar para povos indígenas nas Américas e os seus efeitos sócio-culturais na vida dos povos indígenas. No Brasil, após 18 anos do Dec. 26/91, é importante realizar um encontro de especialistas para discutir quais foram os impactos positivos e/ou negativos que esta educação escolar promoveu (e vem promovendo) entre os povos indígenas do Norte e Nordeste do Brasil e da região equatorial da América do Sul. Neste encontro dar-se-á continuidade a debates que vêm ocorrendo em fóruns nacionais e internacionais. Neste sentido, serão aceitos trabalhos que abordem quaisquer questões relacionadas à escolarização de povos indígenas, especialmente os que procuram refletir seus impactos, interpretando as ações dos entes e agentes sociais envolvidos, assim como as formas pelas quais os povos indígenas têm se apropriado da instituição escola.

2. Antropologia e Saúde Pública

Coordenadores: Soraya Fleischer ([email protected]) - UnB Marion Teodósio de Quadros ([email protected]) - UFPE

A idéia de “saúde pública” tem se consolidado no Brasil apenas nas últimas décadas, padrão também observado em vários países da América Latina. No Brasil, a partir da Reforma Sanitária, a concepção e organização dos serviços de saúde pública têm se pautado pelos princípios de universalidade, integralidade e equidade e tem amadurecido junto com as concepções de “cidadania” e “direito”. Neste sentido, este GT objetiva reunir pesquisas que etnografem o processo de institucionalização e o panorama atual da saúde pública do país e dos países vizinhos, contemplando três eixos temáticos: a) Saúde pública e saberes/práticas cotidianas; b) Saúde pública e gênero; c) Saúde pública, biotecnologias e práticas de gerenciamento do corpo.

3. Música, Identidade e Fluxos Culturais

Coordenadores: Edmundo Marcelo Mendes Pereira ([email protected]) – UFRN Ladislao Landa Vasquez ([email protected]) - Universidad Nacional Mayor de San Marcos Jose Jorge de Carvalho ([email protected]) – UnB

Os fenômenos das “novas identidades”, de perfis variados, do étnico, passando pelo regional, até o nacional e transnacional, têm trazido uma renovação de questões e abordagens para as Ciências Sociais. No campo da antropologia da música, acostumada a trabalhar com a circunscrição de unidades musicais atreladas a circunscrição de unidades sociais, apenas recentemente tem se dado atenção, de maneira mais sistemática, aos processos de aquisição, transmissão ou reconfiguração de elementos da música. Objetiva-se reunir pesquisadores que tenham se deparado com os desafios que esses novos quadros de musicalidade têm demandado em que temas como os da transmissão de conhecimento, propriedade intelectual, autoria e autenticidade tornam-se relevantes tanto para os cientistas sociais quanto para os grupos com que estes trabalham em campos de inter-relação musical cada vez mais complexos.

4. Rituais Indígenas e Dinâmicas Culturais Contemporâneas na América Latina

Coordenadores: Wallace de Deus Barbosa ([email protected]) - UFF Rodrigo de Azeredo Grünewald ([email protected]) - UFCG

Os autores refletirão sobre processos de atualização de rituais e performances indígenas brasileiros e latino-americanos, buscando avançar discussões em torno dos discursos nativos e das redes globais e locais de informação que convergem para o fortalecimento de etnicidades. Tendo como pano-de-fundo os fluxos turísticos, as iniciativas de educação indígena e/ou de caráter patrimonial em um contexto inter ou transcultural, o grupo propõe a interlocução de trabalhos que apontem para a resolução ou o acirramento do que o Barão Nordenskiold (citado por Michael Taussig), certa vez denominou de "paradoxo dos Cuna": o desafio de absorver elementos provenientes de um mundo externo e cambiante para permanecer como são.

5. Ritmos da Identidade: Música, Territorialidade e Corporeidade

Coordenadores: Arivaldo De Lima Alves ([email protected]) – UNEB Carlos Benedito Rodrigues Da Silva ([email protected]) - UFMA

Socialização e discussão de pesquisas concluídas ou em andamento, enfocando a música e ritmos como elementos de moblilização coletiva, refdefinição de identidades e construção de novas performances e linguagens corporais; enfoques sobre diversidade ritmica e cultural das diversas regiões brasileiras e suas imbricações com as novas tendências ritmicas veiculadas pelos sistemas midiáticos

6. Festa e Performance na Sociedade Contemporânea

Coordenadores: Eufrázia Cristina Menezes Santos ([email protected]) – UFS Léa Freitas Perez ([email protected]) – UFMG John Cowart Dawsey ([email protected]) – USP

As festas apresentam-se como lugares de mediação. Através delas, criam-se teias de sociabilidade. Instaura-se a troca. As festas provocam mais do que um simples espelhamento do real. Lampejam utopias. Ao mesmo tempo, o que dizer da banalização da festa? Ou de seu aproveitamento no campo do lazer e transformação em produto turístico? Não se detecta um empobrecimento? A supressão do riso, o cerceamento da brincadeira, e a decadência da festa? Nesse contexto torna-se imprescindível perguntar: como as pesquisas etnográficas têm contribuído para a compreensão do fenômeno festivo na sociedade contemporânea? Até que ponto abordagens associadas aos estudos de performance podem contribuir? Nessas questões e outras que lhe são solidárias nos deparamos com o locus desse GT, desde a dupla perspectiva quer etnográfica quer teórica.

7. Dinâmicas Territoriais, Desenvolvimento e Processos Políticos: Olhares Etnográficos sobre os Povos Indígenas

Coordenadores: Andrey Cordeiro Ferreira ([email protected]) - LACED-MN-UFRJ. Fabio Mura ([email protected]) - UFPB

O objetivo desse grupo de trabalho é possibilitar a reflexão critica de situações etnográficas, partindo das análises das dinâmicas territoriais (tanto processos dirigidos pelo Estado, quanto os usos, deslocamento e sentidos atribuídos pelas sociedades indígenas ao seu território) em face das novas políticas de desenvolvimento (sob a forma da atuação das frentes de expansão econômica, das grandes obras de infra-estrutura, da incorporação dos índios como força de trabalho em contextos urbanos e rurais) e dos processos políticos correlatos, construindo elementos para uma compreensão mais abrangente da atual situação dos povos indígenas do Brasil.

8. Religiões Afro-Brasileiras e Diversidade

Coordenadores: Hippolyte Brice Sogbossi ([email protected]) – UFS Sergio F. Ferretti ([email protected]) – UFMA Mundicarmo Ferretti ([email protected]) – UEMA

Este Grupo de Trabalho objetiva acolher pesquisas recentes ou em curso sobre a temática das religiões denominadas “afro-brasileiras”, “de matriz africana” ou “de origem africana no Brasil”. Prioritariamente visa explorar o variado norte e nordeste brasileiros quanto à temática se refere, para depois ampliar a discussão a partir das manifestações das ditas religiões e seus diálogos com outras manifestações ao ponto de originar varias denominações, entre elas, candomblé, umbanda, kardecismo, tambor de mina, toré, xangô, catimbó…Poder-se-á ampliar ainda a discussão a partir de experiências relativas a outras regiões do Brasil, sempre levando em conta o ponto de partida assinalado. Espera-se trocar experiências sobre o que está se produzindo na área hoje e os desafios teóricos e metodológicos que o fazer antropológico enfrenta. Poderão ser apresentados e discutidos trabalhos sobre cosmologia, ritual, parentesco e outros que problematizam a(s) denominação (ões), a questão do simbolismo, a recusa e a aceitação de alguns grupos a assumir a identidade ou “filiação afro”. A diversidade faz a riqueza das expressões religiosas de origem africana e haverá, sem dúvida, uma grande oportunidade de confronto de trabalhos que versam sobre a questão.

9. Antropologia, Natureza e Populações Tradicionais

Coordenadores: Francisca de Souza Miller ([email protected]) – UFRN Raquel Rocha ([email protected]) – UFAL

De que formas as apropriações dos espaços naturais e de seus recursos realizadas pelos mais variados tipos de sociedade vêm assumindo relevância na história da cultura e da disciplina antropológica? Este GT propõe divulgar pesquisas ou resultados de análises relativos não só a esse processo, mas aos de utilização do espaço procurando contemplar os seguintes enfoques: rever a questão à luz dessa área da disciplina e dar conhecimento do que se está estudando, avaliando e identificando em tempos de desenvolvimento sustentável, de movimentos ecológicos e de impactos de novas práticas e de novas formas de ocupação e interpretação do espaço, seja no nível da provisão da subsistência – como no caso de comunidades de camponeses e de pescadores, tanto marítimos quanto ribeirinhos – seja no do desenvolvimento de políticas propostas ou já em andamento nas áreas em questão. Assim, estaremos discutindo um escopo muito amplo relativo à questão do espaço, compartilhando estudos e projetos relativos às comunidades tradicionais brasileiras, seus movimentos e suas estratégias, tanto as tradicionalmente utilizadas quanto as novas, suscitadas por formas de apropriação tais como o turismo, a construção de portos e estradas; ou, ainda, pela apropriação de paisagens e cenários por parte da publicidade, da propaganda, da especulação imobiliária e outras formas de exploração como novas tecnologias de pesca, a aqüicultura e a carcinicultura.

10. Rituais, Memória e Narrativas Urbanas

Coordenadores: Eliane Tânia Freitas ([email protected]) – UFRN Márcia Pereira Leite ([email protected]) - UERJ

O GT se propõe a acolher trabalhos que abordem rituais e narrativas urbanas enquanto produtos da agência de segmentos sociais subalternos, grupos locais ou vertentes culturais "alternativas" e que tematizem situações percebidas como de desigualdade e/ou injustiça. Pretende explorar as possibilidades – expressivas e performáticas - de tomada de voz e apresentação de si no espaço público que tais eventos contêm. Deste ângulo, focalizará análises sobre as formas de articulação entre religião e política, em sua dupla condição de objeto teórico e fenômeno empírico. Interessa-se especialmente por discutir como se formam os sentimentos de injustiça e indignação desses grupos, suas narrativas e repertórios de ação coletiva, as diversas maneiras de manifestá-los no espaço público com pretensão de legitimidade e os efeitos que assim produzem.

11. Políticas Afirmativas e Relações Étnico-Raciais na América Latina

Coordenadores: Marcos Silva da Silveira ([email protected]) – UFPR Jocélio Teles dos Santos ([email protected]) – UFBA

Desde a Constituição brasileira de 1988, o reconhecimento jurídico legal do direito à existencia plena das populações ameríndias e afroamericanas vem sendo garantido na América Latina. Ao longo da década de noventa, reformas constitucionais em outros países também estabelecem o direito dessas comunidades aos seus territórios tradicionais e a políticas públicas de inclusão social, na área da saúde e educação, entre outras. O Objetivo deste GT é reunir pesquisas que permitam avaliar os resultados concretos dessas iniciativas. De que maneiras que populações tem de fato sido beneficiadas - ou não - que desafios e resistencias tem sido encontradas na implementação dessas políticas e que debates tem sido criados a partir delas, em seus respectivos países.

12. Povos Indígenas, Populações Tradicionais e Gestão Territorial: Políticas Públicas para o Etnodesenvolvimento e as Iniciativas dos Movimentos Sociais

Coordenadores: Antonio Carlos de Souza Lima ([email protected]) – Museu Nacional-UFRJ Maria Helena Ortolan Matos ([email protected]) - UFAM

Este GT tem como objetivo gerar um espaço para acúmulo de reflexões e sistematização de experiências relativas à gestão de territórios por “populações tradicionais”, especialmente por povos indígenas, destacando-se o horizonte de fundo das iniciativas dos movimentos sociais e das organizações dessas populações bem como as políticas governamentais destinadas a dar suporte a tais iniciativas. Teremos como ponto de partida a reflexão sobre a forma como tais populações se pensam (em especial na definição de seus movimentos e organizações), bem como a forma como são pensadas por organizações públicas e privadas que exercem funções de governo junto a estas populações (agências da administração pública federal, organizações do terceiro setor e da cooperação técnica internacional), e como isso condicionou/infletiu a definição de seus territórios e sua gestão.

13. Culturas Populares em Meio Urbano

Coordenadores: Sérgio Ivan Gil Braga ([email protected]) – UFMA José Maria da Silva ([email protected]) – UFAM

Abordagens de práticas de cultura popular em cidades brasileiras, com vistas a identificar lugares, modos de fazer, expressões artísticas, produtos e processos da cultura de massa, sociabilidades e procedimentos relacionados a tais conhecimentos. Pretende discutir experiências de mestres da cultura popular, de outros sujeitos na cidade que tenham contribuído para a criação de centralidades urbanas e “circuitos” que têm como referência tais práticas. Cotejar a dimensão de patrimônio imaterial, que faz referência a esses “conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades”, enquanto “celebrações, manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas”, “lugares” como “mercados, feiras, praças e demais espaços onde se concentram práticas culturais coletivas”, resumidas não raro em eventos, na medida em que representam diferentes formas de apropriação da cidade.

14. Migrações Internacionais: Fronteiras e Diversidade Étnico-Cultural

Coordenadores: Sidney Antonio da Silva ([email protected]) – UFAM Francilene dos Santos Rodrigues ([email protected]) - UFRR

O grupo de trabalho Migrações Internacionais propõe-se a discutir a problemática das migrações nas Regiões Norte e Nordeste focando questões da migração em espaços fronteiriços percebidos como zonas de empréstimos e apropriações culturais; processos de arregimentação de mão-de-obra para o turismo sexual; situações de refúgio e de intercâmbio cultural; proteção dos trabalhadores migrantes e sistema internacional do direitos humanos. O GT pretende abordar o fenômeno migratório, em uma perspectiva inter e multidisciplinar, partindo de vários enfoques teórico-metodológicos, inclusive, incorporando novas abordagens do problema na atualidade

15. Conflitos Socio-ambientais no Meio Rural Brasileiro: Estado, Agronegócio, Populações Tradicionais e Neorurais

Coordenadores: Peter Schröder ([email protected]) – UFPE Karin Marita Naase ([email protected]) - MPEG

O meio rural brasileiro passou por profundas mudanças sociais, econômicas e culturais nas últimas décadas, de modo que as situações descritas e analisadas nos estudos clássicos da antropologia rural (e de campesinato) muitas vezes não são mais encontradas (ou apenas de forma bastante modificada). Nas diversas regiões do país foram constatados múltiplos cenários de conflitos socio-ambientais que envolvem o agronegócio, segmentos tradicionais da população rural, as chamadas populações tradicionais e as neorurais. O objetivo do GT é reunir pesquisadores que trabalham sobre os diversos aspectos da temática apresentada, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Há interesse particular em trabalhos que focalizam tanto os atores sociais e as instituições públicas envolvidos quanto as estratégias em gerenciar os conflitos.

16. Gestão e Auto-Gestão Indígena: Desafios da Autonomia Indígena

Coordenadores: Adolfo de Oliveira ([email protected]) - Instituto de Desenvolvimento Sustentado Mamirauá Mauro Cherobim ([email protected]) - UNESP Guilherme Werlang ([email protected]) - UFF

Uma das características das atuais formas de relação entre povos Indígenas e a sociedade civil (e Estado) no Brasil é o protagonismo político e social/cultural dos primeiros, que passam a assumir cada vez mais papéis e atuações antes realizados/encarnados pelo Estado em seu trato com os povos Indígenas. Exemplos disso são as iniciativas levadas a efeito, em muitas diferentes partes do país por organizações Indígenas para formação de agentes de saúde e professores Indígenas, de pessoal Indígena para fiscalização ambiental e vigilância de limites em Terras Indígenas, de elaboração, implementação e avaliação de projetos de cunho econômico/produtivo, de realização de vídeos e documentários que levam a realidade Indígena - pela ótica destes - para o grande público. tais iniciativas são não apenas marcadas pelo protagonismo indígena: elas, de maneira geral, representam planos de gestão Indígena, muitas vezes envolvendo grandes extensões territoriais, ou grande número de organizações e povos Indígenas, ou grande abrangência de áreas de atuação; outras, envolvendo apenas um povo (ou aldeia) específico (ou alguns), atuando apenas em um setor (ou alguns). No entanto, um componente auto-gestionário parece estar sempre presente, em medida variada a depender do caso, nos diferentes modelos de gestão (territorial, educacional, de saúde, ambiental, de recursos econômicos, cultural, de projetos de etnodesenvolvimento, etc) destas organizações e povos, com aparentes ganhos organizacionais em relação ao passado recente. Este GT tem por objetivo receber contribuições advindas de pesquisadores e antropólogos aplicados de diferentes áreas e interesses que atuam junto a povos Indígenas, que se proponham a refletir sobre as formas Indígenas contemporâneas de gestão de territórios, ambiente, cultural/social, da educação, saúde, e outras formas de gestão relacionadas a políticas públicas para povos Indígenas e sua aplicação junto a esses. Busca-se um debate que amplie nossa compreensão das diferentes formas de autonomia Indígena e das atuais relações entre povos Indígenas e o estado/sociedade civil no Brasil. São ainda bem-vindas contribuições relativas à mesma temática em países da região, para fins de comparação de diferentes movimentos sociais Indígenas e de suas formas contemporâneas de relação com os Estados/sociedades civis nacionais das quais estes fazem parte.

17. Antropologia e Políticas Públicas: Projetos de Desenvolvimento e Impactos sobre Populações Locais

Coordenadores: Lea Carvalho Rodrigues ([email protected]) – UFC Max Marnhão Piorsky Aires ([email protected]) – UECE Evaldo Mendes da Silva ([email protected]) - UFAL

A proposta é reunir antropólogos que pesquisam populações impactadas por projetos decorrentes de políticas públicas de desenvolvimento: índios, quilombolas, lavradores sem terra, populações tradicionais, e outros, a partir de estudos empíricos embasados por uma reflexão teórico-metodológica pertinente. Também abrange os debates sobre as perspectivas possíveis de uma antropologia crítica e a abordagem sobre as questões éticas em que o antropólogo se vê envolvido quando atua em tais situações, seja como pesquisador, seja como produtor de laudos antropológicos.

18. A Nação e seus Outros

Coordenadores: Custódia Selma Sena ([email protected]) – UFG Candice Vidal e Souza ([email protected]) - PUC/MG Geovani Jacó de Freitas ([email protected]) - UECE

A proposta do GT é refletir comparativamente sobre os vários sertões brasileiros e os outros da nação na literatura, no pensamento social e na etnografia. Pensamos que os termos sertão e sertanejo compõem uma narrativa que conta o surgimento da civilização na nação brasileira. Sertanejo é um personagem desta narrativa e não constitui um grupo social empiricamente reconhecível, pois nos vários sertões do Brasil a designação sertanejo é usada para vaqueiros, camponeses, canoeiros, comunidades de pretos, camponeses sem terra etc. Ao tomar o sertão como objeto de reflexão pretendemos compreender como a nação contém processos de construção de outros internos e diferentes a partir da generalização da lógica do mercado capitalista, de configurações de valores morais e de organizações políticas que legitimariam uma historicidade e uma modernidade em detrimento de outras e distintas realidades.

19. Sexualidades, Culturas e Identidades

Coordenadores: Fabiano Gontijo ([email protected]) - UFPI Laura Moutinho ([email protected]) - USP

Este grupo de trabalho incide sobre as pesquisas que vêm sendo realizadas nos mais diversos estados brasileiros, principalmente os do Nordeste e do Norte, em torno dos temas das sexualidades, das identidades de gênero, da orientação sexual e das culturas sexuais, em todos os seus aspectos, quer sob o ponto de vista da análise teórica, quer partindo da experiência de pesquisa. O objetivo principal é buscar (e dar visibilidade a) uma compreensão renovada de convenções, representações e sociabilidades associadas à sexualidade, gênero, raça e etnia. De que modo as diferentes tradições políticas e culturais determinam percursos individuais e coletivos diversos, em cada situação local particular estudada? Quais as questões mais abordadas? Onde residem as resistências sociais? Quais as novas faces do preconceito, da discriminação, do sexismo, do racismo e da homofobia? De que modo estas e outras questões, tanto as ligadas às políticas sexuais quanto às dinâmicas locais dos grupos e indivíduos, vem sendo ressemantizadas?

20. Interseccionalidade nos Estudos de Gênero, Teoria Qeer e Periferia: Os Contextos do Norte-Nordeste Brasileiro

Coordenadores: Osmundo Santos de Araujo Pinho ([email protected]) – UFRB Lady Selma Albernaz ([email protected]) – UFPE

O GT objetiva um espaço de reflexão e debate para estudos interseccionais de gênero, aqueles que incorporem a teoria queer e outras perspectivas inovadoras, em múltiplos contextos de desigualdade e periferalidade do Norte-Nordeste Brasileiro. Que resultados, inquietações e impasses essas novas pesquisas têm revelado? Por sua vez, estas “periferias” regionais, compostas de diversas “periferias”: urbanas, sexuais, de classe e gênero etc.; configuram-se como uma nova fronteira para estudos inovadores no campo dos estudos de gênero, ambientados em contextos de desigualdades articuladas. Essas contribuições teóricas implicam em inovações analíticas, por um lado e, por outro, incitam incursões em terrenos empíricos inexplorados. Dialogar considerando essas dimensões (teóricas e empíricas) faculta compreender o estado da arte e desafios e soluções encontradas por pesquisadores/as nestes campos.

21. Percursos da Memória - Antropólogos e Filhos de Santo na Formação da Identidade Afro-Brasileira

Coordenadores: Roberto Motta ([email protected]) – EPHE, IRESCO Vagner Gonçalves da Silva ([email protected]) - USP

Segundo Durkheim, a religião é a representação que a sociedade elabora de si mesma. Este é também o pressuposto de Roger Bastide nos seus trabalhos sobre as religiões africanas no Brasil. Esse paradigma penetra todo o domínio dos estudos afro-brasileiros. Os antropólogos vêm a ser especialistas da memória, cabendo-lhes definir sua pureza e autenticidade. Mas na prática a memória só existe entre pessoas e grupos concretos, que sofrem pressões de natureza ecológica, demográfica, política e outras. O essencial, neste GT, será o debate, baseado em dados etnográficos de várias procedências, mas sem excluir a reflexão teórica, sobre os “caminhos da alma”, sobre a formulação e reconstituição da memória, que, não obstante referência ao tempo mítico das origens, implica um projeto sempre inacabado e o tempo todo reformulado.

22. Panorama Quilombola: O Estado dos Estudos sobre Comunidades Quilombolas e/ou Tradicionais Afroamericanas

Coordenadores: José Maurício Arruti ([email protected]) - PUC-Rio Rosa Acevedo Marin ([email protected]) – UFPA/NAEA

Este GT tem o objetivo de reunir reflexões sobre a situação dos estudos sobre comunidades quilombolas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, assim como sobre comunidades afro-descendentes de países vizinhos, de forma a compartilharmos mais sistematicamente agendas de pesquisa. Neste sentido sugerimos proposições que tematizem: (a) Interdisciplinaridade: a formação das equipes e consolidação das parcerias e diálogos; (b) "Etnologia quilombola": a identificação de questões recorrentes e/ou tipologias derivadas da larga diversidade de formações regionais das comunidades estudadas; (c) Padrões de conflito e acesso a direitos: os processos de regularização fundiária, de acesso a justiça e a políticas de educação e saúde, por exemplo); e (d) Pautas de pesquisa: os pontos de contato, colaboração e contraste entre os planos de trabalho dos diferentes grupos e laboratórios voltado ao tema.

23. Intercessões de Gênero, Raça e Movimentos Sociais : Olhares Comparativos sobre Diferentes Representações

Coordenadores: Joselina da Silva ([email protected]) – UFC Maria Manuela Alves Maia ([email protected]) - Mackenzie/Rio

A sociedade hodierna tem concebido intricadas subjetividades ao estimular a constituição de enfoques diferenciados para políticas identitárias, paralelas a um lugar referencial à localidade, resultando em novas representações sócio/culturais. A produção acadêmica tem demonstrado um crescente interesse comparativo sobre distintos aspectos das sociedades. Este painel visa articular estudos sobre Raça, Gênero, e Movimentos Sociais desenvolvidos por pesquisadores de áreas e regiões diversas, com um aporte interdisciplinar. Buscamos leituras plurais das desigualdades de gênero, articuladas às de raça / etnia e de classe social presentes nos diversos imaginários, quando variáveis inseridas pelas fronteiras locais são agregadas às análises.

24. Antropologia e Comunicação

Coordenadores: Silvia Garcia Nogueira ([email protected]) – UEPB Isabel Siqueira Travancas ([email protected]) - UFRJ

O objetivo deste Grupo de Trabalho é reunir antropólogos, além de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, que investiguem o universo da comunicação através de diferentes perspectivas. A idéia é dar continuidade a uma discussão iniciada na ANPOCS de 2001 e desdobrada na ABANNE de 2003 e na ABA de 2008. Os meios de comunicação de massa não têm sido objeto de reflexão sistemática por parte dos antropólogos latino-americanos. Este GT será, portanto, um espaço para se pensar os meios de comunicação em contextos e territórios heterogêneos, assim como seus papéis na construção da diferença na América Latina. Serão contemplados trabalhos que abordem o campo da comunicação a partir de pesquisas sobre a publicidade, a indústria cultural, a imprensa, a televisão, o cinema, o rádio e os profissionais que atuam nestes setores.

25. Juventude, Cotidiano e Subjetividade

Coordenadores: Andréa Barbosa Osório ([email protected]) – UFRN Rodrigo Rosistolato ([email protected]) - UNISUAM

A juventude tem sido pensada nas ciências sociais a partir da intersecção entre dois temas clássicos: geração e classe social. Existem dois conjuntos de sentidos relacionados aos jovens: eles são socialmente classificados como "problema social" e projeção societária de futuro. A análise das contradições presentes nestas representações permite mapear os significados sociais de ser jovem e indica possíveis dilemas da experiência juvenil. Este GT pretende dar continuidade aos debates desenvolvidos na primeira REA, realizada em Aracaju-SE/2007. Analisaremos as tensões entre as expectativas sociais e a experimentação subjetiva da juvenilidade. O objeto privilegiado é o cotidiano dos jovens. Serão priorizados trabalhos teóricos e empíricos sobre identidade, sexualidade, subjetividade, emoções, visão de mundo e estilos de vida.

26. Violência, Crime e Segurança Pública

Coordenadores: Edmilson Lopes Júnior ([email protected]) - UFRN Vanderlan Francisco da Silva ([email protected]) - UERN

Este será um espaço para a apresentação e discussão de trabalhos de pesquisa e reflexões teóricas sobre violência, crime e segurança pública. Nele serão bem vindos registros etnográficos sobre as diferentes formas de expressão da violência no Brasil e na América Latina. Os trabalhos sobre os sistemas prisionais e de segurança pública, especialmente aqueles dedicados à apreensão de seus conflitos, atores e matrizes culturais serão igualmente bem recebidos neste GT. Também serão incorporados no GT trabalhos que relacionem violência e sofrimento social com gênero e etnia. Busca-se, dessa maneira, constituir um lócus para a socialização de saberes e práticas sobre temáticas candentes situadas na intersecção entre violência, práticas culturais e formas de institucionalização.

27. Novas Cartografias da Antropologia: Práticas e Saberes entre Fronteiras

Coordenadores: Janirza Cavalcante da Rocha Lima ([email protected]) - FUNDAJ Neusa Maria Mendes Gusmão ([email protected]) - UNICAMP

A emergência de um debate que permita dimensionar o aparato teórico e metodológico no fazer de outros campos disciplinares com a Antropologia se faz premente e constitui a base do que aqui se apresenta como proposta para um re-encontro e ao mesmo tempo, uma consolidação do GT Novas Cartografias da Antropologia. Nossa proposta é reunir trabalhos que focalizem exemplos de interlocução entre Antropologia e outros campos do conhecimento nas suas experiências de pesquisa e/ou docência.

28. (Re) Pensando Crianças e Infâncias: Percursos Teórico-Metodológicos

Coordenadores: Flávia Ferreira Pires ([email protected]) - UFPB Alcileide Cabral do Nascimento ([email protected]) – UFRPE

O GT tem como objetivo o compartilhamento de pesquisas feitas na área das humanidades, nas regiões Norte e Nordeste brasileiras e nos países equatoriais; que tenham como foco as crianças, entendidas como sujeitos produtores de sentidos, e as infâncias, como construções sociais. Será uma oportunidade para dar continuidade ao mapeamento das pesquisas recentes; para a constituição e o fortalecimento de uma rede interdisciplinar de pesquisadores; e a discussão de pesquisas. Partimos do pressuposto de que as crianças podem ser interlocutores privilegiados para o entendimento de diversos aspectos da vida social e cultural. A proposta é que se discutam, em três sessões, as temáticas: teórica, metodológica e, como os pesquisadores conciliaram, na prática, os desafios nesta área de estudos que vêm se expandido no Brasil e no exterior.




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