Guajajara atacados dentro de sua aldeia
Antropologia

Guajajara atacados dentro de sua aldeia


Notícia trágica para os Guajajara. Na aldeia Lagoa Comprida, que fica na Terra Indígena Araribóia, um bando encapuzado, provavelmente de pessoas ligadas á retirada de madeira da área, invadiu a aldeia para resgatar um caminhão de madeira que os índios Guajajara haviam prendido. No tiroteiro um índio idoso morreu, e ficaram feridos dois índios e dois invasores.

É bang-bang da pior espécie. A Funai de São Luís comunicou à Polícia Federal de Imperatriz e os índios pedem proteção e prisão dos invasores. Isto não pode ficar impune.

Na entrevista da administradora-substituta de São Luís ela relembra que, no ano passado, os índios da mesma terra indígena quase chegaram às vias de fato com os moradores da cidade de Arame, por terem fechado o trânsito na BR que liga a cidade a Grajaú.

O grande problema da região é a retirada de madeira, que conta com a facilitação de algumas chamadas lideranças indígenas, que, na verdade, são uns mamelucos traidores de seu povo, enquanto que a maioria não quer isto, mas pouco pode fazer contra seus patrícios mamelucos. Esse problema já tem 20 anos. Aliás, quase todos os problemas dos Guajajara, depois que suas terras foram demarcadas, começaram depois de 1986. Até 1985 a Funai tinha um controle da proteção das terras, mas depois alguns índios passaram a vender madeira e os madeireiros não querem sair mais. Quando era presidente da Funai fizemos várias expedições com o Ibama e a Polícia Federal para retirar os madeireiros, mas quase sempre eles sabiam das operações e saiam antes do flagrante. E mesmo quando eram pegos, seus caminhões eram liberados por juízes locais, e aí voltavam às atividades.

Os Guajajara tradicionais, que vivem nessa linda terra de florestas das franjas da Amazônia, querem estar tranquilos. Mas sofrem muito. Que fazer?

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O Estado do Maranhão

Cerca de 17 pessoas encapuzadas invadiram a aldeia Lagoa Comprida em Amarante

Imperatriz - Um índio morto e dois feridos, além de dois invasores atingidos por bala, foi o saldo de um confronto entre índios e um bando encapuzado que invadiu o Posto Indígena (PIN) Lagoa Comprida, da etnia Guajajara, em Amarante do Maranhão.

De acordo com a administração regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Imperatriz,o bando encapuzado formado por aproximadamente 17 pessoas invadiu a comunidade guajajara nas primeiras horas da manhã de segunda-feira última.

Os invasores já entraram na área atirando, o que provocou a reação imediata dos indígenas, ocasião em que o índio Tomé Guajajara, de 70 anos, foi morto. A sua mulher, Madalena Guajajara, e o índio Toninho Guajajara e dois dos invasores ficaram feridos.

A administradora em exercício da Funai, Raimunda Passos de Almeida, informou desconhecer os motivos que teriam levado à invasão do posto, mas admitiu que há indícios de que o caso teria sido motivado pela apreensão de um caminhão carregado de madeiras ilegais pelos indígenas.

POLÍCIA

Essa mesma suspeita foi levantada pelo líder indígena Antonio Guajajara, representante do posto invadido. Ele disse que há um mês os guajajaras haviam retido na reserva um caminhão pertencente a um madeireiro chamado Geraldo e que durante um incêndio na área parte desse carro foi queimado.

"Nossas suspeitas é que os invasores eram os madeireiros, mas não podemos afirmar com certeza porque todos eles estavam encapuzados. Tudo isso deixa a gente todo o tempo tenso, preocupado, já que, infelizmente, as coisas acontecem e a Justiça não chega junto todo o tempo", desabafou a liderança que teme por mais índios feridos ou mortos.

Raimunda de Almeida disse que a invasão ao posto indígena não é o primeiro caso de confronto com "branco". Ela lembrou que moradores de Arame entraram em confronto com indígenas após o fechamento de uma estrada este ano.

"É o primeiro caso de confronto entre brancos e índios envolvendo os Guajajaras no posto de Lagoa Comprida, mas já teve um lá em Arame este ano. Infelizmente, sempre ocorrem fatos assim, mas nós estamos cobrando providências da polícia", frisou a administradora da Funai, mostrando a cópia de um ofício enviado por ela ao Departamento de Polícia Federal, em Imperatriz, narrando o fato da retenção do caminhão ocorrido há cerca de um mês.

Antonio Guajajara disse ontem que, no dia do confronto, apenas um delegado e um agente da Polícia Federal estavam de plantão na Delegacia da instituição em Imperatriz e que foi enviado reforço de São Luís para apurar o caso.



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