ESTADÃO repercute movimento indígena revolucionário em Brasília
Antropologia

ESTADÃO repercute movimento indígena revolucionário em Brasília


Finalmente, depois de alguns dias de silêncio obsequioso, o Estadão, um dos jornais que mais escrevem sobre questão indígena, resolveu repercutir as notícias do movimento indígena revolucionário que tomou conta da questão indígena brasileira.

A matéria abaixo analisa rapidamente os motivos que levaram os Potiguara a saírem do movimento, as conversas reservadas da cúpula da Funai com grupos indígenas e a desistência pontual de cada grupo.

Repercute, inclusive, a resposta incisiva e aguda que o movimento indígena deu às Ongs ISA e CTI em relação às suas visões negativas e preconceituosas contra o movimento indígena, e à sua má fama de pretender gerir recursos usando os índios e suas culturas.

Revela também que uma parte substantiva do movimento indígena revolucionário permanece em Brasília com firmeza e determinação e que estão acampados em frente ao Ministério da Justiça, na Esplanada.

A matéria abaixo pode ser encontrada também no jornal Cruzeiro do Sul, do Acre.

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Índios desocupam a Funai, mas mantêm protesto contra decreto


A reforma administrativa da Fundação Nacional do Índio (Funai), feita por meio de decreto presidencial, assinado no dia 28 de dezembro, continua provocando protestos. Nesta terça-feira (19), o grupo de quase 150 índios que ocupava a sede da Funai, em Brasília, resolveu acatar a decisão judicial que determinava sua saída do edifício. Uma parte deles, porém, deslocou-se para as imediações do Ministério da Justiça, ao qual está vinculada a fundação, para a montagem de um acampamento em sinal de protesto contra o decreto presidencial.
O governador Roberto Requião, do Paraná, um dos Estados onde vários grupos indígens protestam contra as mudanças, também criticou o decreto. Ele disse ontem que se trata uma medida "inexplicável". A reforma divide os índios e grupos indigenistas. A ocupação da sede da Funai reuniu sobretudo líderes indígenas do Nordeste e de parte das regiões Centro-Oeste e Sul. As grandes organizações de índios do Norte do País não participam dos protestos.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), emitiu nota criticando a reforma e apoiando os protestos. O Cimi ataca a Funai por não ter ouvido os índios e reduzir o papel político da diretoria de assuntos fundiários na nova estrutura. Por outro lado, o Instituto Socioambiental (Isa) e o Centro de Trabalho Indigenista (CTI), outras duas grandes organizações não-governamentais que atuam na área, divulgaram notas de apoio à reforma.
O indigenista Marcio Santilli, ex-presidente da Funai e coordenador do Isa, em Brasília, chegou a sugerir, em nota, que os protestos são organizados por funcionários que tiveram interesses contrariados. "Líderes indígenas, organizações de apoio devem se acautelar em relação a rebeliões fisiológicas que se contrapõem à nova proposta em função de interesses contrariados", afirmou. Ainda segundo o indigenista, a reforma era esperada, uma vez que "a Funai vem de um longo processo de deterioração e envelhecimento".
'Parasitas'
A resposta a Santilli foi rápida. Os índios que ocupavam a Funai divulgaram moção de censura às ONGs. O texto qualifica o Isa e o CTI de "parasitas" dos povos indígenas: "São instituições que sempre se aproveitaram dos índios para sobreviver numa relação desigual, uma relação onde os índios sempre ficaram com as migalhas dos milhões de dólares de financiadores e governos internacionais que sempre foram parar nas contas bancárias dessas organizações que usam como fachada o socioambientalismo e o indigenismo."
O presidente da Funai, Márcio Meira, passou os últimos dias em seu gabinete, em Brasília, recebendo lideranças indígenas para esclarecer dúvidas sobre a reforma. Na segunda-feira conversou com índios potiguaras, da Paraíba; e hoje com os pancararus, de Pernambuco. Disse que são infundadas as informações de que a Funai deixará de funcionar naqueles dois Estados. Em entrevista publicada no site da Funai, Meira afirmou que a reforma vem sendo estudada há duas décadas. Também disse que parte das mudanças foi orientada por órgãos de controle do dinheiro público: "Recebemos orientações importantes dos órgãos de controle, do Tribunal de Contas da União, porque a Funai apresentava também muitos problemas de execução financeira." (Roldão Arruda - AE)



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