CIMI recebe dinheiro austríaco para assistir índios Zuruahá e Pirahã
Antropologia

CIMI recebe dinheiro austríaco para assistir índios Zuruahá e Pirahã


Agora sabemos pelo menos uma fonte de recursos que o CIMI angaria pela Europa. É de um grupo de católicos da Áustria que recolhe dinheiro através de crianças que vão pedindo de casa em casa e cantando pelos índios brasileiros.

A matéria abaixo vem da Áustria e fala das justificativas de dois projetos que o CIMI apresentou para receber uma parte dos 13 milhões de euros arrecadados pelas criancinhas austríacas.

Um projeto apresentado pelo CIMI é para os índios Zuruahá, que vivem num território remoto no rio Purus, e sobre quem não sabemos de nenhum trabalho do CIMI nos últimos dez anos. Ao contrário, quem enfia a cara para trabalhar com eles, mesmo sob a proibição da Funai, é uma missão evangélica. O CIMI é contra essa missão, numa disputa religiosa que faria corar o Papa. Os Zuruahá somam menos de 150 pessoas, foram contatados por missionários da OPAN e têm passado por muitas dificuldades, inclusive pela falta de equipe profissional da Funai. São recém-contatados, na década de 1980, e até 2004 pouco recebiam da atenção da Coordenação de Índios Isolados porque o antigo coordenador não queria saber deles. Desde então vêm recebendo mais atenção por parte da Funai, inclusive por causa de uma disputa sobre crianças zuruahá que essa missão evangélica tem levado para cima e para baixo, indo contra as determinações da Funasa e da Funai. De qualquer modo, não há projeto do CIMI entre eles.

O outro projeto apresentado pelo CIMI é para os Pirahã, também conhecidos como Mura-Pirahã, que vivem nas praias do rio Madeira e alguns afluentes. São índios que conhecem os brancos há muitos anos, mas evitam o contato permenente, vivendo sua própria vida, autonomamente, em alto nível de nomadismo pelas praias. Têm suas terras demarcadas e precisam da ajuda da Funai para protegê-las. Também desconhecemos projeto do CIMI ou de Igreja Católica entre eles. Recentemente foram objetos de controvérsia internacional porque um linguista que estuda sua língua disse que essa língua não apresenta noção de tempo, nem de modo, nem de condicionalidade em seus verbos. Além de ter pouquíssimas vogais e consoantes.

A pior alegação é a de que o CIMI pretende defender esses índios pela via jurídica contra a expulsão de suas terras pela indústria agrícola. É demais, não?

E assim segue a vida das Ongs...

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Pequenos Reis Magos dos Alpes cantam pelos índios do Brasil

Cristina Gawlas Viena

Cerca de 90 mil crianças vão neste fim de ano de casa em casa na Áustria cantando temas natalinos e arrecadando fundos para dois projetos de apoio aos índios do Brasil, campanha que alia tradição a um projeto humanitário bem-sucedido. Em 2006, as crianças da organização juvenil católica Jungschar, vestidas de Reis Magos, conseguiram arrecadar, recorrendo ao lema da "Ajuda sob uma boa estrela", fundos no valor de mais de 13,3 milhões de euros como "pedras para construir um mundo melhor".

Desde o início do projeto, em 1954, os pequenos "embaixadores da humanidade" obtiveram 260 milhões de euros para ajudar aos menos favorecidos que moram em países em desenvolvimento. Todos os anos, cerca de 500 projetos na África, América Latina e Ásia são financiados desta forma, em um esforço para prestar apoio direto a um milhão de pessoas para que possam sobreviver por conta própria.

Este ano, a ajuda se concentra em dois projetos no Brasil, um no sertão nordestino e outro no Amazonas. No sertão, os Reis Magos austríacos ajudam o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) a combater as doenças causadas pela má alimentação e a tomar medidas contra o desemprego. Eles desejam ajudar a conter a migração dos retirantes para as favelas das grandes cidades, resultado da seca e da má distribuição das terras cultiváveis. Para isso, contribuem com a formação profissional dos jovens.

A IRPAA, fundada em 1990, se propôs a aproveitar melhor os recursos naturais da região onde a umidade do ar é de apenas 20%, fornecendo água potável em cisternas, utilizando tecnologias que favoreçam sua infiltração no solo, além do plantio de vegetais e da criação de animais que resistam à seca.

No Amazonas, por meio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cujo presidente é o bispo austro-brasileiro Dom Erwin Kräutler, procura-se prestar socorro a dois grupos indígenas, os Zuruahã e os Pirahã.

O Cimi pretende defender os índios por via jurídica contra sua expulsão por parte da indústria agrária, e, seguindo a filosofia contribuição para o desenvolvimento, pretendem fortalecê-los para que possam "ajudar a si mesmos".

O Conselho Indigenista promove, junto com a caça, a pesca e a coleta de frutos, a auto-suficiência por meio de novidades agrícolas como o cultivo da castanha. O órgão procura criar ainda um sistema básico de atendimento médico.

Segundo o Cimi, os índios estão ameaçados de extinção pelos grupos industriais de exploração de madeira que destroem a selva inescrupulosamente, pela construção de gigantescos açudes e dos cultivos de soja destinados unicamente à exportação.



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