Amadorismo e má fé em ensinar aos índios sobre biopirataria
Antropologia

Amadorismo e má fé em ensinar aos índios sobre biopirataria


Amadorismo é o que não falta em vários ministérios que hoje querem tratar da questão indígena.

Vejam essa matéria da Folha de Boa Vista sobre um seminário dado por uma funcionária ou contratada do Ministério do Meio Ambiente sobre proteção da biodiversidade em terras indígenas.

Os interessados foram alguns índios Yanomami que, ao final, conforme a matéria do jornal, pouco entenderam do assunto. A não ser pela acusação de que os pesquisadores vão às suas terras para roubar seu conhecimento.

Assim, não há pesquisador brasileiro que se atreva a pesquisar porque sempre parece que ele está a fim de algo que lhe dará vantagens pecuniárias no futuro. Desse jeito, só os espertalhões, com permissão de Ongs que trabalham com os índios, é que entrarão em terras indígenas. Para o brasileiro comum resta a trabalheira infernal de tentar convencer os comitês de ética de que suas pesquisas são de boa fé e serão importantes para os índios. Mesmo que sem recompensação financeira.

Outro dia, um pesquisador da FioCruz que havia colhido sangue indígena para pesquisas sérias teve seu material totalmente destruído pelos índios porque uma enfermeira da Funasa falou para os índios que esse pesquisador iria vender esse sangue e ganhar dinheiro.

Não pode haver esse clima de terrorismo e atribuir a pesquisadores de boa fé uma vontade recôndita de se aproveitar de suas pesquisas científicas para algo ilícito.

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Índios yanomami confirmam biopirataria e dizem que agora estão mais preparados
A oficina sobre patrimônio genético, ministrada por técnicos do Ministério do Meio Ambiente aos índios yanomami, nos últimos dois dias, na Hutukara Associação, encerrou ontem com a avaliação dos participantes.

Eles garantiram ter aprendido sobre como proteger o meio ambiente e principalmente os conhecimentos de cada comunidade. Os yanomami apresentaram sugestões como: laboratório indígena e projetos de interesse da comunidade na repartição de benefícios.

O vice-presidente da Hutukara, entidade responsável pela realização da oficina, Geraldo Yanomami, destacou que há muitos anos os povos indígenas vêm perdendo com a exploração de pesquisadores nas áreas. Segundo ele, muitos objetos, plantas e conhecimentos indígenas foram para outros países, em que os cientistas tiveram lucros e os yanomami ficaram sem retorno financeiro.

Geraldo contou que os pesquisadores buscam normalmente nas áreas indígenas a diversidade das plantas. "Fico muito preocupado porque lembro do que já fizeram conosco e não queremos mais que pesquisadores entrem nas nossas áreas para levar as riquezas. A não ser para nos ajudar", disse.

A assessora técnica do Ministério do Meio Ambiente, Carla Lemos, que ministrou as palestras, contou que a oficina atendeu à expectativa principal: fazer com que as comunidades indígenas fossem alertadas para o conhecimento tradicional que precisa ser protegido e que para isto há uma legislação própria.

"Se eles [indígenas] acharem que não deve haver pesquisa na área, então é só não permitir a entrada de pesquisadores. Mas se entenderem que isso é possível, então que tenham algo em troca - a chamada repartição de benefícios", explicou.

Conforme a técnica, os pesquisadores têm obrigação de conhecer a legislação e atender às normas. Ainda assim, segundo ela, é importante que as comunidades tenham acesso às leis.

Legalmente, qualquer pesquisa científica para fins de bioprospecção, desenvolvimento tecnológico e que tenham conhecimento tradicional associado precisa de autorização do MMA e principalmente da comunidade indígena onde for feita a pesquisa.

Durante as palestras, Carla afirmou que houve dificuldade por parte de alguns indígenas no entendimento à língua portuguesa. "Faltou uma pessoa que traduzisse para eles", disse.



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