Acre, um estado especial para os povos indígenas
Antropologia

Acre, um estado especial para os povos indígenas



O Acre é um estado especial por muitos motivos.

O maior é que um enclave da cultura nordestina no meio da Amazônia. É bastante diferente do Pará e do Amazonas. Mantém esse espírito apesar da entrada de imigrantes vindos do sul do Brasil. Foi esse espírito que deu um Chico Mendes e uma Marina Silva.

O segundo maior é que vem tratando a questão indígena de um modo muito especial.

Praticamente os índios do Acre estão prescindo da atuação da Funai, a não ser para garantir a demarcação e a defesa de suas terras. Os índios falam português bem, conhecem o mundo ao seu redor, e mantêm suas tradições. Além do mais, conseguem produzir uma economia interna melhor que a maioria dos povos indígenas no resto do país.

Nas últimas administrações do PT, desde Jorge Viana e prosseguindo com Binho Marques, os índios vêm usufruindo de atitudes muito positivas. Uma secretaria de assuntos indígenas é comandada por um índio.

Lembremos que até 1978 os povos indígenas do Acre eram desconhecidos pela Funai. Viviam no meio da população rural, no meio dos seringais ou na periferia das cidades. Foi um indigenista excepcional, José Porfírio de Carvalho, que abriu o primeiro escritório da Funai em Rio Branco e começou o processo de garantir as populações indígenas a assumirem suas condições indígenas, diferenciadas das condições dos demais brasileiros. Foi ele que demarcou a primeira terra indígena. Junto com jovens antropólogos e indigenistas, como Terry Aquino e Luiz Macedo, começou o processo de reconhecimento dos povos indígenas e demarcação de suas terras. Hoje quase todas as terras indígenas estão demarcadas e garantidas.

A matéria abaixo trata do II Fórum de Povos Indígenas promovido pelo Governo do Estado do Acre.

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Termina nesta segunda-feira o II Fórum dos povos indígenas

Documento será enviado às autoridades estaduais como resultado do encontro

Diego Pintro, Rose Farias e Viviane Teixeira, Agência de Notícias do Acre


Mais de 45 representantes das 35 comunidades indígenas do Acre participam do II Fórum dos Povos Indígenas, desde o último sábado, 19. O evento encerra nesta segunda-feira 21. Na abertura do encontro, o governador Binho Marques destacou a importância da autonomia indígena na construção de um plano para que o governo financie projetos nas áreas de educação, saúde e produção.

O empoderamento, segundo Binho Marques, faz com que as pessoas coloquem em prática a autonomia, capacidade e riqueza cultural. A cada ano o Governo do Estado se reúne com as lideranças indígenas para avaliar o que foi desenvolvido ao longo do ano anterior e traçar novas metas para o ano seguinte. O maior desafio do encontro de trabalho deste ano é fomentar a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Comunitário para as comunidades indígenas.

O II Fórum faz parte da programação da Semana do Índio, realizada pelo Governo do Estado, através da Assessoria dos Povos Indígenas e instituições parceiras, com a proposta de articular estratégias de políticas públicas de sustentabilidade para os povos indígenas, a partir da troca de conhecimentos, da identificação das temáticas prioritárias e da definição de critérios práticos e integrados entre os diversos atores sociais. Durante os três dias do Fórum, foram trabalhados os eixos temáticos: garantia de segurança alimentar, fortalecimento e valorização cultural e serviços básicos de qualidade para todos.

De acordo com o assessor indígena do governo, Francisco Pinhanta, o mais importante é participação efetiva das comunidades no processo de discussão das políticas indígenas. "Somente assim as políticas terão sustentabilidade", ressaltou. O representante do povo Yawanawa, Joaquim Tahska, disse que a realização do Fórum demonstra a sensibilidade do Governo do Estado na busca de diálogo aberto, visando garantir a execução das políticas públicas voltadas à população indígena do Acre.

Semana indígena - A Semana do Índio começou na última sexta-feira, 18, e termina nesta terça, 22, com a realização de uma mesa redonda, às 15 horas, no Auditório da Biblioteca da Floresta Marina Silva. O tema será Educação Indígena: Avanços e Perspectivas Futuras.

Além da mesa redonda, a Biblioteca realiza, às 18 horas, no Espaço Povos da Floresta, a abertura da Exposição das Publicações Indígenas da Mostra de Vídeos dos Realizadores Indígenas, que segue até o dia 04 de maio. A exposição é resultado de uma parceria entre a Biblioteca da Floresta e a Comissão Pró-Índio do Acre. Os vídeos apresentados mostrarão um pouco do modo de vida, cultura, crenças e tradições das populações tradicionais.



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